A ATEMDO vem realizando atividades conforme planejado, destacando maior ênfase em questões organizacionais por meio do uso das Convenções da OIT e também concentrando atividades que melhorem o bem-estar dos trabalhadores domiciliares. Destacamos as seguintes atividades dos últimos três meses:

Encontro virtual com o palestrante, advogado e sociólogo Pery para discutir a Convenção 177 da OIT e também a questão da Previdência Social no Brasil, um tema muito forte e que ainda preocupa muitos trabalhadores, principalmente a questão do MEI – Micro Empreendedor Individual, mecanismo que não atende Necessidades dos HBWs.

Reunião presencial que contou com a presença do deputado Alexandre Castilho, líder do Sindicato dos Petroleiros que nos apoiou no tema e propôs fortalecer o diálogo com o poder público para abrir mais debates, principalmente sobre a situação das mulheres no mundo do trabalho informal.

Um dos temas que mais nos preocupa desde o início do trabalho da nossa organização é a saúde mental dos trabalhadores domiciliários. Temos feito muito para cuidar da saúde mental de quem não tem condições financeiras para contratar um profissional adequado, e os efeitos negativos que a Covid-19 deixou na vida dessas pessoas foram devastadores. Hoje temos parceria com duas psicólogas que atendem os trabalhadores de forma coletiva e que organizam encontros presenciais. Nos últimos três meses já realizamos quatro reuniões.

Este ano foi um ano que nos fortaleceu muito em termos de alianças e de trabalho de organização nessas duas questões. A demanda por financiamento solidário é grande e necessária, o movimento da economia solidária através da autogestão tem feito a diferença para a nossa organização.

Estivemos na Assembleia Legislativa de São Paulo conversando com os deputados em um seminário sobre finanças solidárias sobre a importância de ter fundos rotativos apoiados e fortalecidos dentro dos princípios da autogestão e do cooperativismo.

Assim como a economia solidária também é importante para a organização de milhares de trabalhadores que abandonaram os modelos tradicionais de relações trabalhistas e salariais, pessoas que não estão mais aptas ao mundo capitalista do trabalho, também nossas rodas de conversa e encontros têm alcançado cada vez mais pessoas. mais trabalhadores que querem se organizar dentro dos princípios da autogestão.

Com este compromisso chegamos também às escolas onde estamos levando esta metodologia de organização e crescimento autogestionário, contribuindo para a formação de novos trabalhadores com consciência mais humana e menos capitalista. Nossas palestras têm acontecido em diversos locais, inclusive em nossas feiras, que também acolheram a iniciativa para que mais trabalhadores pudessem conhecer essa metodologia e seus princípios.

Este tema tornou-se muito forte na nossa organização, entendemos que ser trabalhador domiciliário na economia solidária, portanto independente, não é fácil. Gerar renda própria e autonomia financeira exige muito esforço, por isso esse tema ganha cada vez mais força e apoio. Os trabalhadores estão conscientes dos seus direitos, especialmente o acesso à cidade e estamos a usar as leis locais para nos apoiar e fazer valer os nossos direitos.

Estamos organizando feiras temáticas estruturadas em torno dos princípios da economia solidária e juntos estamos gerando renda coletivamente e apoiando até mesmo os trabalhadores indígenas que hoje sofrem com a perseguição de seu povo por parte de grandes agricultores que tiram suas terras junto com sua dignidade e direitos humanos.

Priorizamos o aprendizado através de oficinas de especialização de produtos, cada oficina ensina técnicas de criação e finalização de um produto para que os alunos aprendam novas técnicas e possam gerar renda com suas criações.

Para fortalecer o trabalho coletivo, apoiamos a criação do coletivo de alimentação ATEMDO, formado por sete mulheres e com espaço para mais pessoas. Hoje o coletivo consegue atender demandas de produção em larga escala para eventos.

Para abrir também mais espaços e oportunidades de acesso aos mercados, reestruturamos nossa loja que mantemos em parceria com um shopping local. Hoje, os funcionários da ATEMDO podem expor seus produtos e atender seus clientes em um local seguro para trabalhar.